quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

É noite
Corações dormem a ritmo de locomotiva
O meu palpita eloquente
Em tons orquestrais
Saindo do peito
Sem cartão de visitas.

Certas coisas são inexpressivas
Assim como minha inspiração
Que aos poucos foi se diluindo
Do coração foi sumindo
Deixando no ar a tensão
De noites mal dormidas
Em função do coração.

Hoje já são rimas desritmadas
Nãoezas e gargalhadas
Risível perto do que um dia fora
A primavera não é eterna para todos
Somente para alguns tolos sonhadores de outrora
Que insistem em escrever
Os problemas que jamais tem melhora.

sábado, 9 de outubro de 2010

Palavras cá de dentro

"Desde os tempos em que me conheço
das portas que a vida me deu
sentimento assim admito
jamais a mim se acolheu

A cada lágrima sua
furado é meu coração
teu pranto me leva a amargura
não existe remédio, cura, consolo
não existe retorno
explicação

Faz tempo que não escrevo
enferrujaram-se as palavras
mas para tí recolho umas
algumas poucas sem data marcada

São poucas e simples
mas são de alma lavada
sem propósito certo

Calmas pétalas da mais bela rosa
Simplória e direta
da espécie mais cultivada
da espécie mais formosa
da espécie mais amada."

Dedicado á Demaly Monteiro.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pequeno desabafo

"Queria ser figurante,
trabalhar no anônimato,
sem ganhar merito,
ganhar apenas pelo que faço

Queria ser figurante?
sou figurante da vida,
andando na sombra de quem já se foi
não no vale das sombras da morte
não nesse tipo de sombras
na sombra do trabalhador, nato,
brasileiro, assim deus nos enviou como fardo
fardo de muito explendor

Quando vejo aqueles negros fardos humildes,
subindo na vida, estudando, como ócio a medicina
lembro-me dos fardos figurantes
carnificina
não a carnificina de Augusto
a minha carnificina."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dúvidas corriqueias da vida de um (pseudo)poeta socrático que gosta de por títulos grandes em coisas pequenas.

Hoje acordei meio morto, sei lá, desambiguado
Acordei procurando, um motivo para ter que acordado.

Por que acordar? Por que não dormir na luz do finito?
Não me entenda mal, não sou pessimista, não é de azarar, não é um pensamento mórbido
está mais para socrático, meio despótico, só mais um ao vento, em meio ao infinito.

Ta certo que é retórico, equivocado, suprido de embreaguez
mas talvez essa seja minha vez, de banalizar, escandalizar
e todos os "zar" que andam sorrateiros... escondidos.

Frases bonitas, sonhos mentirosos, pessoas ao vento
poeira nos olhos.

Vamos com calma, sem exaspero, só o anseio
De um dia não ter que ansiar.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Duas coisas

"Quando se é homem podem acontecer duas coisas:

Você pode ser civil ou militar.
Se for civil, ai tudo bem,
mas se você for militar, podem acontecer duas coisas:

Você pode ir pra guerra ou não,
se não for, ai tudo bem,
agora se for, podem acontecer duas coisas:

Você pode morrer ou apenas se ferir,
se você morrer, ai tudo bem,
agora se você se ferir, ai podem acontecer duas coisas:

Você vai ser tratado por um homem, ou por uma mulher
se for um homem, ai tudo bem
agora se for mulher, podem acontecer duas coisas:

Você pode se apaixonar ou não
se não, ai tudo bem
agora se você se apaixonar, ai podem acontecer duas coisas:

Vocês podem se casar ou não
se não, ai tudo bem,
agora se vocês se casarem, podem acontecer duas coisas:

Vocês podem ter filhos ou não
se não, ai tudo bem
agora se vocês tiverem um filho, ai podem acontecer duas coisas:

Pode ser menina ou menino,
bom, se for menina, ai tudo bem,
agora se for menino, podem acontecer duas coisas...
ele pode ser civil ou militar!"

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Quanto vale uma palavra?
Quanto vale um gesto?
Quanto vale uma noite de paixão?
Quanto vale uma agressão,
um daqueles tapas,
aqueles indigestos?

Poesias não são feitas para rimar,
são feitas para iludir o inconcebível
brincar de recriar
o que já foi desfeito, o inexprimível."

domingo, 31 de janeiro de 2010

Cataclisma

"O que levamos desta vida
que nem sempre é colorida
só de arrebois nunca é feita,
é as vezes pelos caminhos
urzes, abrolhos, espinhos
desparamos contrafeitos...

Porém tudo é passageiro!
E quando um vulcão insensato
no peito irrompe irado
com o tempo o incêndio passa
ficando só a fumaça
e as cinzas no braseiro.

Este louco coração
que ás vezes também incendeia
com as chamas do teu olhar
geme, estremece, anceia
ardendo dentro do peito
remédio nenhum faz efeito
nem o tempo faz passar.

É um cataclisma terrível
um dilema incrível
difícil de suportar
se te vejo é o paraíso
mescla de dor e riso
volúpia de te adorar!!
volúpia de te amar!"

Dedicado á minha querida amiga Su, em prova de minha dedicação...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Nostalgia

"Levantar pudera um dia
toda minha paixão
nalira da nostalgia
os sonhos loucos e vãos!

Quizera tecer-te um manto
feito de sonhos de amor
bordado com eflúvios de pranto
enfeitado de eterno esplendor!

Quizera poder te ofertar
dos deuses o néctar sagrado
absinto quisera poder provar
a glória de ter te amado.

Quizera fazer-te um dia
uma linda coroa de luzes
um tapete de alegria
que fosse cobrindo as urzes!

Do céu traria as estrelas
do amor as lindas sereias
e a lua encantada ao vê-las
se estenderia na areia...

Cantar pudera um dia
harmoniosa canção
na lira da nostalgia
os sonhos loucos e vãos!"

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Inspiração

“ Busquei na lua minha inspiração
Na via láctea e em todo o firmamento
Na luz, nas trevas, meu pobre coração
Nada encontrou que exaltasse o pensamento!

Busquei no mar e em toda a imensidão
No oceano a rugir em ondas convulsantes...
Na praia, no sol, na leve viração
no agitar do vento em vozes ululantes!

Busquei na natureza em festa
O símbolo da minha inquietação
Nem mesmo nas vozes da seresta
Pude encontrar a minha inspiração!

Errante assim, perdido entre caminhos
Num abismo de trevas e de destemor
Sem esperança a soluçar baixinho
Não encontrei alívio para minha dor!

Eis que, porém, um dia em minha vida
Surgiste como o sol em meio a viração
No explendor da glória minh´alma te divisa

És, afinal, a minha inspiração!”